segunda-feira, 13 de julho de 2015

Silêncio

Gratidão... Porque cada vez encontro mais recursos internos, para me elevar, animar, nutrir, equilibrar, amar, e porque por isso, procuro cada vez menos nos outros, aquilo que só eu posso dar a mim mesma.
Usando a expressão de um astrólogo que muito admiro (Nuno Michaels), cada vez procuro menos em casa alheia, aquilo que só na minha casa interior posso encontrar. Porque quando somos sem abrigo de nós mesmo, e por muito que procuremos, nunca estaremos bem em casa nenhuma. e aqui entenda-se casa, como o nosso espaço interior, o nosso solo sagrado, o nosso templo interior.
Estes têm sido anos de muita aprendizagem, e sinto-me abençoada por isso. Não têm sido no entanto anos fáceis. Momentos de tristeza e desespero, revelações dolorosas e intensas sobre mim mesma e sobre os outros, momentos de solidão e desencontros... Mas são cada vez mais raros, quase inexistentes, os momentos em que me sinto perdida ou vazia, como se sentia frequentemente a Ana de outrora.  :)
É como se algo dentro de mim tivesse despertado, e não mais tivesse voltado a adormecer. Uma noção de sentido, de pertença a algo maior, uma certeza de Eternidade e Infinito dentro de mim. Acho que encontrei Deus, seja lá o que Deus for. E encontrei-o no Silêncio. No Silêncio que despertei, depois de trilhar muito caminho de pedras.
Sim, foi no Silêncio que lentamente foi preenchendo o meu ser, que fui abraçada, acolhida, recebida, por este sentimento inominável, para esta dimensão indescritível a que muitos devem chamar Deus. E mesmo agora que tento escrever sobre isso, faltam-me as palavras e sobram-me as lágrima que rolam no meu rosto. Lágrimas de fogo. De um fogo amoroso e abençoado que aquece o meu peito e me envolve.
E o silêncio... O de dentro, ainda que o de fora raramente se faça sentir. O Silêncio, esse porto seguro, essa certeza de encontro, comigo mesma, e com essa dimensão de mim em que não sou eu, esse chegar a casa. O Silêncio que me embala, que me abençoa, que me faz sentir grata, que me faz sentir a felicidade que nada, neste mundo humano, consegue substituir.

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