A vida ensina-nos à pancada. É verdade! J
Nos momentos mais felizes e de alegria intensa,
temos tendência para andarmos ofuscados e embevecidos com o que sentimos, e que
é bom, e que (normalmente) não nos confronta com fantasmas nem com sombras, e
que é agradável e prazeroso e que por isso, não nos faz questionar os quês e
porquês, da sua origem e existência.
Mas é na dor, que aprendemos verdadeiramente. É na
dor que nos recolhemos tantas vezes, e que
vamos mais fundo dentro de nós, é na dor que perguntamos e queremos entender
(nos) e aos outros, e ao mundo. É a dor que nos faz querer mudar de rumo e
tentar algo melhor e diferente. É na dor que o nosso lago interior se torna cada
vez mais profundo, cada vez mais rico, cada vez mais intenso.
E é da sabedoria nascida nesses momentos, em
que caminhamos descalços na areia escaldante do deserto, que surge o espaço e a
disponibilidade, para disfrutarmos do oásis quando ele se nos depara. É das
lágrimas que choramos, que se limpam os nossos olhos para outras verdades, e se
alivia o nosso peito para outras vontades. É do abandono e da entrega, nos dias
em que não sabemos mais como conduzir o nosso barco, que aparece a estrela mais
brilhante que nos aponta o norte, ou o sul, ou o este, porque afinal depois de não
termos nada, depois de deixarmos até de saber quem somos, tanto faz a direção,
tudo é ganho, tudo pode fazer antever um sol mais brilhante em horizontes nunca
conhecidos. E abrimo-nos... à vida.
Sim, a vida ensina-nos à pancada, mas se
mantivermos o coração aberto, é uma doce pancada que sabemos ter sempre o seu
reverso, o seu momento de incondicional e ternurento colo e amparo. Porque a
vida não é para nos castigar, é para nos ensinar a andar, e a olhar para cima e para dentro,
e a Sermos, e a Amarmos, e à medida que nos Tornamos, a saber aceitar cada vez melhor, todas as suas nuances, até sermos Unos com ela!
Deixemos que a vida seja! J
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