quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Ser Inteira


Recolho à floresta encantada que me habita por dentro.
Lá fora o cenário é o mesmo de todos os dias,
Cá dentro a riqueza é tanta, que cada dia é novo, e cada noite plena de descobertas.
Na floresta encantada que me habita por dentro, a vida pulsa livre e feliz.

E descanso agora.

Largo o que foi.
Choro as últimas lágrimas, antes de repousar debaixo da grande árvore.
Deito-me sobre as suas raízes, e adormeço em posição fetal,
embalada pela Grande Mãe, que nunca deixa nenhum filho sem consolo.

Na floresta encantada que me habita por dentro sou sempre Eu, e nunca me esqueço que Eu sou Eterna e tudo o resto é transitório.
Cá dentro... Tudo faz sentido! Há Luz!

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016



Sabemos que a queda pode ser dolorosa porque já caímos muitas vezes no vale profundo, onde as lágrimas nos consumiram e onde julgámos não haver saída. E ainda assim, carregando em nós as marcas de cada uma dessas quedas, caminhamos à beira da falésia que dá para o mar imenso de sentimentos. O mar atrai-nos, os sentimentos são muito fortes e impulsionam a entrega, impelem a continuar. Sim, sabemos que apenas um passo à frente, há o desconhecido, e nesse espaço todas as possibilidades estão em aberto, mas escolhemos caminhar assim mesmo, sem arnês, e às vezes quase de olhos fechados. Porque com eles fechados, sente-se melhor o vento, respira-se mais a brisa, encontra-se melhor o coração do outro. E tudo vale a pena, quando dois corações se encontram com esta disponibilidade, para percorrer o caminho à beira da falésia que dá para o mar… De mãos dadas! 

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Descanso

A sombra domina agora a nossa visão.
O dia termina e encerra com ele, tudo o que já foi. Nada mais há a reter a não ser alguma aprendizagem, alguma emoção forte que ainda permaneça para ser olhada e integrada, Vivemos, sentimos, fomos... Agora tudo se conclui, e nos convida a entrarmos em nós, a pousar a mochila, as armas, as máscaras, e a descansar. Por fim, descansar...
Que sejam leves os nossos fardos, que sejam cada vez menos as nossas máscaras, e que seja cada vez maior a Gratidão com que encerramos cada dia. <3 Grata por este, por cada momento, por cada respiração, e principalmente grata pelo Amor que a cada instante entrego e recebo. <3

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016


Caminho sempre até ao caos, até à confusão máxima, até todas as minhas células, não suportarem mais determinado registo vivencial, e depois, dessa contorção que às vezes magoa cada parte do meu ser, nasce a solução, a luz para o caminho antes aparentemente nublado e cinzento. E da agitação às vezes quase insuportável, nasce a paz. E avanço. 
Os grandes passos na minha vida, as grandes aprendizagens sempre foram assim. Uma queda vertiginosa na crise, a incompatibilidade aguda com as estruturas existentes, a ausência de rumo, o desnorte, a saturação, e depois a explosão de luz que traz a solução. E depois… O voo planado, de onde observo o todo cá em baixo, e a certeza de que cada lágrima, cada medo, cada dúvida, cada momento de desespero, me conduziram à paz que agora me habita. E avanço.

Grata pelo caos, que cria a ordem e a evolução! 

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Há momentos deste nosso percurso terreno, em que o grande desafio é a entrega, é não resistir aquilo que a vida nos está a mostrar, parar de negar os alertas e sinais, parar de lutar contra a corrente, Parar de lutar...
E quando o cansaço começa a tomar conta de nós, percebermos que só o sentimos, porque negamos aquilo que o nosso coração já sabe há tanto tempo. Quando seguimos o nosso coração, não há desgaste, há sintonia, há um fluir continuo, há uma alegria de fundo, há um contentamento do ser.
Entrego... Me... Nos braços do Pai e da Mãe, e confio que nada me faltará! 

heart emoticon

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Os pés descalços pisam a terra, e caminham firmemente como se soubessem para onde ir, sozinhos, sem comando. Ela está perdida, mas algo a conduz a mover-se com segurança e rapidez.
Ouvidos à escuta, sensíveis. Não há nenhum som que não lhes chegue. A lua brilha em quarto crescente e permite que os caminhos por debaixo das árvores, sejam tenuemente iluminados.
E ela caminha, sempre alerta, mas com calma e atenção. Sabe que vai chegar a algum lado, apesar de não saber como, nem quando. Está perdida!
A pele de lobo que traz em cima das costas, aquece-a, e mantem a sua mente focada. Tal como o lobo que andou consigo durante anos, ela observa antes de avançar, e procura a sua matilha, para que possa sobreviver. Sozinha não conseguirá durante muito mais tempos, ela sabe, mas acredita que conseguirá alcançar os outros muito em breve.

E caminha!