terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Momentos

O essencial é invisivel para os olhos



"Estás a ver, ali adiante, aqueles campos de trigo? ... não me fazem lembrar de nada. É uma triste coisa! Mas os teus cabelos são da cor do ouro. Então quando eu estiver cativada por ti, vai ser maravilhoso! Como o trigo é dourado, há-de fazer-me lembrar de ti...
- Só conhecemos as coisas que cativamos - disse a raposa. - Os homens, agora já não tem tempo para conhecer nada. Compram as coisas feitas nos vendedores. Mas como não há vendedores de amigos, os homens já não tem amigos. Se queres um amigo, cativa-me!
E o que é preciso fazer? - Perguntou o princepezinho.
- É preciso ter muita paciência. Primeiro, sentas-te um bocadinho afastado de mim, assim em cima da relva. Eu olho para ti pelo canto do olho e tu não dizes nada . A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas todos os dias te podes sentar mais perto...
Se vieres sempre ás quatro horas, ás três já eu começo a ser feliz...
Foi assim que o princepesinho cativou a raposa. E quando chegou a hora da despedida:
- Ai! - exclamou a raposa - Ai que me vou pôr a chorar...
... Então não ganhaste nada com isso!
- Ai isso é que ganhei! - disse a raposa. - Por causa da cor do trigo...
Depois acrescentou:
- Anda vai ver outra vez as rosas. Vais perceber que a tua é única no mundo. 
O princepesinho lá foi... - vocês não são nada disse-lhes ele. - Não há ninguém preso a vocês... - não se pode morrer por vocês...
... A minha rosa sozinha. vale mais do que vocês todas juntar, porque foi a ela que eu reguei, que eu abriguei

Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos...
Foi o tempo que tu perdes-te com a tua rosa que tornou a tua rosa tão importante.
- Os homens já se esqueceram desta verdade - disse a raposa. Mas tu não te deves esquecer dela.
Ficas responsável para todo o sempre por aquilo que está preso a ti. Tu és responsável pela tua rosa..."
in O Principezinho, de Antoine de Saint-Exupéry

Meditação do Amor Universal ou Metta Bhavana


Esta é uma das formas mais antigas de meditação budista. A prática ajuda-nos a cultivar sentimentos positivos em relação a nós mesmos e aos outros, por forma a sermos mais calmos, gentis, compassivos e receptivos.
Esta prática começa por concentrarmos a nossa atenção no coração, e enviarmos sentimentos de amor e aceitação para nós mesmos. Podemos interiormente, utilizar as expressões “que eu esteja bem. Que eu seja feliz. Que eu viva em paz e harmonia.”
Calmamente, vamos pensando em pessoas que amamos muito, e enviamos amor para elas, utilizando as mesmas expressões. E vamos alargando o nosso círculo de amor, a pessoas conhecidas, pessoas que nos sejam neutras, pessoas que nos incomodam, pessoas de quem não gostamos, e por fim a todas as pessoas do mundo, até criamos um gigantesco círculo de amor que envolva todo o planeta.
Podemos imaginar uma luz rosa e dourada que sai do nosso coração e “atinge” as pessoas, ou podemos simplesmente sentir o amor a chegar a toda a gente. “Que todos estejam bem. Que todos sejam felizes. Que todos vivam em paz e harmonia.”
Esta meditação é para mim muito poderosa. Enviar amor, faz-nos encher o nosso coração com mais amor. Normalmente termino a prática, inundada de bem-estar interior, paz e felicidade.
Vale a pena!

Paz

E quando acordamos um dia de manhã, e percebemos que tudo o que perdemos até hoje, nos ajudou a ganhar tudo o que somos agora?
Ficamos em paz, com as nossas escolhas, connosco e com os outros.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Meditar, meditar, meditar...

É a palavra de ordem para o mês de Fevereiro. Todos os dias…
No fim do mês conto os resultados.

O caminho do meio


Treinar o desapego é para mim o mais dificil, neste caminho.
Na verdade ninguém nos pertence. Cada ser vivo é livre na sua essência, não se pode aprisionar. Então porque achamos que quando amamos alguém, essa pessoa nos pertence?  Porque nos custa tanto deixar ir? “Vai, sê livre, sê feliz” isso é o amor. O amor não suporta limites, amarras, barreiras,  porque em última instância isso vai limitar a outra pessoa. E cada pessoa é um mundo, que precisa de espaço para se expandir e crescer.
Desapego não significa desinteresse, desprezo, falta de sentimentos. Significa apenas que eu entendo que cada pessoa tem um tempo na minha vida. O tempo em que ambas aprendemos e somos felizes, depois é hora de deixar ir. Para que outras vidas se liguem, outras aprendizagens se façam.
Desapego significa que eu não crio expectativas de que só vou ser feliz se tiver aquela casa ou aquela pessoa, significa que eu não condiciono a minha paz, a minha felicidade, pelas coisas que obtenho ou pelas pessoas que me acompanham. Significa que eu sou capaz de encontrar um lugar dentro de mim, onde sou serena, feliz e me sinto bem comigo mesma, ainda que à minha volta tudo se desmorone.