quinta-feira, 26 de novembro de 2015


E a calma retira-se, deixando em nós o excitante gosto da antecipação, os sentidos despertos, as emoções à flor da pele, a pele que pede mais pele, os lábios que se calam e que pedem mais beijos, os beijos que pedem mais tempo, o tempo que se desfruta como se fossem escassos segundos, como se fosse ser assim, por toda a eternidade.
E a calma esvai-se por entre suspiros, e corações descompassados, e o equilíbrio da vida mantém-se como se pode, neste jogo do arame em que tentamos não nos perder, mas nos sabemos já perdidos no mar de sentimentos, que se recebem e oferecem. Perdidos que somos momentaneamente, para nos encontrarmos novamente num outro espaço interno, já um pouco esquecido.

E quando a calma voltar lentamente aos nossos corpos, seremos mais, estaremos mais dentro de nós e um do outro, estaremos unidos ao Amor Divino como nunca, porque é através dos delicados fios do amor humano que se tecem no Verdadeiro Fogo do Coração, que nos tornamos Deuses.

quarta-feira, 25 de novembro de 2015


"Sigo a vida conforme o roteiro, sou quase normal por fora, pra ninguém desconfiar. Mas por dentro eu deliro e questiono. Não quero uma vida pequena, um amor pequeno, um alegria que caiba dentro da bolsa. Eu quero mais que isso. Quero o que não vejo. Quero o que não entendo. Quero muito e quero sem fim. Não cresci pra viver mais ou menos, nasci com dois pares de asas, vou aonde eu me levar. Por isso, não me venha com superfícies, nada raso me satisfaz. Eu quero é o mergulho. Entrar de roupa e tudo no infinito que é a vida. E rezar – se ainda acreditar – pra sair ainda bem melhor do outro lado de lá."

sábado, 21 de novembro de 2015

Como a primeira vez! :)


Já percorremos quilómetros, por caminhos que às vezes nem se viam, por muito que olhássemos. Já vivemos um pouco de tudo para chegarmos aqui, onde estamos hoje.
Já acreditamos tanto, para depois percebermos que afinal tudo era tão diferente, e tão longe do sitio onde gostaríamos de estar. Já nos demos tanto, para depois percebermos que tínhamos que sair de cena, e guardar o tanto que ainda havia para dar, sem sabermos às vezes muito bem onde. Já fomos de peito aberto, receber o embate que tanto doeu e fez chorar.

Mas a verdade é que depois do tanto que já caminhamos, continuamos a colocar a mochila aos ombros, apenas com o básico, para garantirmos que não nos esquecemos de quem somos, e voltamos uma e outra vez a ir. sem saber o caminho, sem saber como ir, sem saber sequer se vamos chegar. Mas vamos. No olhar o brilho da esperança, do entusiasmo, do Amor, no coração a Alegria de criança, que vê tudo uma e outra vez, como se fosse a primeira.

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Intromissão




Há dias de confusão, em que à volta tudo se agita, e tudo se contorce em caos. Há dias em que me sinto inadaptada a viver no meio de tudo isto. Não consigo pensar claramente, não estou confortável, o meu corpo exige-me distância, o meu coração contrai-se. Há dias de tanto ruído, em que só quero chegar ao quente e ao silêncio de qualquer sitio, menos este. Este, onde as luzes ferem a vista, onde os sons agridem os ouvidos, onde as vozes são irritadas e ressentidas, onde o pó paira no ar, onde nada está criado para a Harmonia e a Paz.
Há dia sem que só quero sair daqui, como se fosse agredida a cada instante. Recolher-me ao meu espaço, ao meu silêncio criado por mim e para mim, onde só sei ser quem Sou, expandida, inteira, intensa. Aqui sou metade.

E nestes dias fujo, não quero ver ninguém, não quero ouvir ninguém, não quero ter que ser ninguém. Nestes dias, quero ser Só eu comigo, centrada no meu coração, para me apaziguar, para me devolver à minha energia original, para me devolver ao Amor que Sou, e no qual quero viver sempre. Sem dias destes.

terça-feira, 17 de novembro de 2015



Fecham-se histórias cá dentro, muda-se a página, fazemo-nos à estrada. Aprende-se a viver em movimento, em perpétuo morrer e renascer. 
A mochila é um pouco mais leve, ainda que em alguns dias pareça pesar mais que eu. Mas cada vez preciso de menos do que está fora, e aconchego-me mais, no que está dentro. E cada vez mais é esta a minha casa, aqui dentro de mim.
E sei que por muitas voltas que esta vida dê, Esta casa interior está sempre aqui, tenho a chave, e esteja onde estiver nunca mais estarei perdida. Aqui, mesmo quando tudo parece desarrumado e sem sentido, há um local Iluminado, Sereno, Eterno e Amoroso onde me embalo e me equilibro! heart emoticon heart emoticon heart emoticon
Grata por isso! Por saber hoje, o que não soube durante tantos anos, talvez durante tantas vidas.


Cada passo é Sagrado. O caminho, só o conheço momento a momento, mas o gps, esse tenho-o dentro de mim, na Paz ou na confusão, que sinto antes de pousar o pé no chão. Normalmente é preciso é estar calada, que ele fala baixinho, e com palavras doces e ternas, não condizentes com o ruído que às vezes se faz sentir... Dentro. grin emoticon 
Hoje sinto-me grata por cada passo. Pelos que dei, epelos que não fui, ou não sou capaz de dar, ainda.
Sou um ser a caminho, em construção, a renascer, a aprender, às vezes achando que estive bem, outras nem por isso. Mas afinal, tudo isso faz parte. Não se aprende a escrever, sem dar erros no ditado! smile emoticon
Grata por cada passo, por cada pegada que deixo na minha vida, na dos outros, no mundo. heart emoticon Que sejam cada vez mais firmes e seguras, e que o Amor seja a sua marca Sagrada. Cada dia mais! 


E como é belo o momento em que uma pequenina semente começa a perfurar a terra e a ver a luz do sol. Momento subtil e delicado, preso à vida por fios dourados de Amor, a cuidar e a acalentar pelo Fogo doce e terno do coração.