"Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que
anseio
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos
e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade
é silêncio.
Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que
tristeza
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que
distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é
saudade.
Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece
e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa
que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que
ouço
Mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir
embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa
tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque
metade de mim é o que eu penso mas a outra metade é um vulcão.
Que o medo
da solidão se afaste, e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos
suportável.
Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
Que
eu me lembro ter dado na infância
Por que metade de mim é a lembrança do
que fui
A outra metade eu não sei.
Que não seja preciso mais do
que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o
teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é
abrigo
Mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma
resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente
complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la
florescer
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é
canção.
E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é
amor
E a outra metade também"
Metade - Oswaldo
Montenegro
Adoro este poema!
ResponderExcluirÉ absolutamente inspirador.
De vez em quando vejo o video (http://www.youtube.com/watch?v=yWu2iAaAJUc&feature=player_embedded)
Bjos