terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Sentir em vez de pensar

"Você está sentado no jardim, o tráfego está passando e há muito barulho e muitos sons. Você apenas fecha seus olhos e tenta encontrar o som mais sutil que existe ao seu redor.

Um corvo está grasnando: apenas se concentre no ruído do corvo. Todo o barulho do tráfego continua. O som é tal, é tão sutil, que você não pode ficar cônscio dele a menos que você foque sua consciência nele. Mas se você focar sua consciência, todo o barulho do tráfego irá sumir e o ruído do corvo se tornará o centro. E você irá ouvi-lo, todas as nuances dele – muito sutil, mas você será capaz de ouvi-lo.

Cresça em sensibilidade. Quando você toca em algo, quando você ouve, quando você come. Quando você toma banho,
permita seus sentidos ficarem abertos
. E não pense – sinta.

Você está de pé debaixo do chuveiro: sinta a frescura da água caindo sobre você. Não pense sobre isso. Não vá logo dizendo, “Está muito fresco. Está frio. Está bom assim”. Não diga nada.
Não verbalize
, porque na hora que você verbaliza, você perde o sentimento. Na hora que as palavras chegam, a mente começou a funcionar. Não verbalize. Sinta a frescura, mas não diga que está fresco.

Continuamos a dizer coisas, nem mesmo conscientes do que estamos dizendo. Pare de verbalizar; só então você pode
aprofundar seus sentimentos
. Se sentimentos forem aprofundados, então essa técnica pode fazer milagres a você.

Sinta: meu pensamento

Feche seus olhos e sinta o pensamento. Uma corrente contínua de pensamentos está lá, um continuum, um fluxo; um rio de pensamentos está fluindo. Sinta esses pensamentos,
sinta a presença deles
. E quanto mais você sentir, mais lhe será revelado – camadas sobre camadas. Não somente pensamentos que estão bem na superfície; por trás deles existem mais pensamentos, e atrás destes existem ainda mais pensamentos – camadas sobre camadas.

E a técnica diz Sinta: meu pensamento. E prosseguimos dizendo, “Estes são meus pensamentos”. Mas sinta – são eles realmente seus? Pode você dizer “meu”? Quanto mais você sente, será menos possível para você dizer que eles são seus.
Todos eles são emprestados
, todos eles procedem do exterior. Eles chegaram até você, mas eles não são seus.

Nenhum pensamento é seu – apenas pó acumulado. Mesmo se você não puder reconhecer a fonte de onde esse pensamento chegou até você,
nenhum pensamento é seu
. Se você tentar duramente, você pode descobrir de onde esse pensamento chegou até você.Só o silencio interior é seu. Ninguém lho deu. Você nasceu com ele, e você irá morrer com ele. Pensamentos lhe foram dados; você foi condicionado a eles. Se você for um hindu, você tem um tipo diferente, um conjunto diferente de pensamentos; se você for um maometano, é claro, um conjunto diferente de pensamentos; se você for um comunista, novamente um conjunto diferente de pensamentos. Eles lhes foram dados, ou você pode tê-los pegado voluntariamente, mas nenhum pensamento é seu.

Se pensamentos não são meus então nada importa, porque isso também é um pensamento – que você é minha esposa, ou você é meu marido. Isso também é um pensamento. E se basicamente o pensamento em si mesmo não é meu, então como o marido pode ser meu? Ou como pode a esposa ser minha?
Pensamentos desenraizados, o mundo inteiro é desenraizado. Assim você pode viver no mundo e não viver nele."
Osho, em "The Book of Secrets"
Imagem por
TheAlieness GiselaGiardino²³

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