A fuga, é quase sempre, o caminho mais fácil para se sair de
situações que nos desafiam, ao ponto de não sabermos como lidar com elas. Mas é
também e sempre, a forma mais triste e medrosa de lidar com essas situações. Pode-se
fugir por cansaço, por se achar que não vale a pena, por se achar que não muda
nada, por se achar que não conseguimos lidar com o outro, com as suas palavras,
com os seus sentimentos, por não se querer estar mais ali, naquele tempo e
espaço. Mas deve haver sempre um momento em que o mostramos, não se vira costas
como se tudo o que foi vivido fosse pó, a desfazer-se no ar. Não se vira costas sem deixar que o outro
possa dizer algo, nem que seja despedir-se. É um acto de compaixão e de Amor
que devemos a nós, e a quem nos ligamos nesta vida, mas claro, nem todos
estamos preparados para viver com essa qualidade.
E o que fazer, quando alguém foge, deixando-nos com tantas
palavras presas na garganta, e tanta emoção dentro do coração? Lidar com a fuga de quem se amou, é como querer
enterrar um morto, sem se ter encontrado o corpo.
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