quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Intromissão




Há dias de confusão, em que à volta tudo se agita, e tudo se contorce em caos. Há dias em que me sinto inadaptada a viver no meio de tudo isto. Não consigo pensar claramente, não estou confortável, o meu corpo exige-me distância, o meu coração contrai-se. Há dias de tanto ruído, em que só quero chegar ao quente e ao silêncio de qualquer sitio, menos este. Este, onde as luzes ferem a vista, onde os sons agridem os ouvidos, onde as vozes são irritadas e ressentidas, onde o pó paira no ar, onde nada está criado para a Harmonia e a Paz.
Há dia sem que só quero sair daqui, como se fosse agredida a cada instante. Recolher-me ao meu espaço, ao meu silêncio criado por mim e para mim, onde só sei ser quem Sou, expandida, inteira, intensa. Aqui sou metade.

E nestes dias fujo, não quero ver ninguém, não quero ouvir ninguém, não quero ter que ser ninguém. Nestes dias, quero ser Só eu comigo, centrada no meu coração, para me apaziguar, para me devolver à minha energia original, para me devolver ao Amor que Sou, e no qual quero viver sempre. Sem dias destes.

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