sexta-feira, 1 de abril de 2016


E às vezes tudo me sai à força, com um esforço que não consigo quantificar, para conseguir chegar a algum lado.
Há dias contaminados pelo sabor da contrariedade. Dias que se aceleram contra o meu passo parado, dias que me atropelam e me esmagam sem piedade.
E às vezes as palavras saem ásperas, e queimam e doem naqueles que as recebem. Há dias em que as palavras dos outros ferem os meus ouvidos, que só querem o silêncio do mar, e dos pássaros, e o assobiar livre do vento nas folhas das árvores.
Há dias atrás das grades, em que a minha imaginação se aprisiona e se contraí, e em que respondo a tudo sem um sorriso feliz, obrigando o meu coração a fechar-se neste sentir que se consome, cansado e desgastado, pela realidade não desejada.

E às vezes penso, quanto tempo mais? Quantos dias mais? Quantas vezes mais, vou obrigar o meu coração a viver nesta violência calada e consentida? Quanto tempo mais?

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