- O que é que te apetece hoje?
- Mas hoje, ou agora, já?
- Sei lá… Agora. Neste momento.
- Apetecia-me estar fechada no meu saco cama, na praia, a ouvir o mar e a ver as ondas a bater na areia.
- E eu podia lá estar contigo?
- Hummm… Desde que não falasses, ficasses parado, não respirasses muito alto. (ela ri-se).
- Então?
- Queria sentir o silêncio, a imensidão do mar, sem vozes, só eu e o mar, o céu, a areia… Por isso tinhas que ficar mudo e quieto.
- Não sei se aguento. E quanto tempo?
- Sei lá. Queria ficar assim um tempo, até encontrar a paz, até me sentir parte deste universo. Não sei bem… Hoje parece que estou partida em várias partes, e acho que se ficasse assim, as conseguia juntar todas outra vez. Acho que me doí, isto de estar assim partida!
- Doí? E posso ajudar?
- Só não fales tá? Só hoje. Faz de conta que te fundes com o mar. E assim eu sinto-vos aos dois, somos todos um só, sem limites.
- ( ele não percebe, mas sorri e abraça-a sem falar mais).
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