E no momento em que os seus olhos se olham finalmente, cessa
a ilusão de que o tempo corre, porque tudo pára na verdade. E calam-se as
vozes, e abrem-se os sorrisos, e dão-se os braços num abraço, e reconhecem-se
sem qualquer dúvida, ainda que nunca se tenham visto, e bate o coração como se
saltasse do peito, e respiram fundo porque finalmente estão juntos.
E não há nada para além dele e dela, naquele olhar que não
se cansa de olhar, naquelas mãos que não se cansam de tocar, de se conhecer e
se reencontrar. E não há nada mais que queiram, nem desejem, além de ficar assim, um no outro, na surpresa e no êxtase, no calor e na alegria, de saberem que tudo
faz sentido assim, e que não poderia ser de outra maneira.
Não há leis nem regras, neste planeta ou noutros, que os
prendam de viver aquilo que sentem. São puros, são crianças, são adultos livres
para quem só o Amor faz sentido, e só faz sentido se for com Amor.
E do tempo em que se juntam, fazem festa, constroem estradas
e pontes, que os levam para dentro deles, para dentro um do outro. Descobrem-se
e conhecem-se, como crianças curiosas a explorar um mundo novo.
E depois de tantas lágrimas que já choraram, ao longo de
vidas e vidas, desvelam as marcas, deixadas pelos enganos e pelas ilusões, partilham
histórias, e contam segredos, e curam-se, e deixam-se ser curados, e escolhem
mais uma vez acreditar, de peito aberto, e alma exposta, entontecidos e felizes,
pela força daquilo que sentem, pela força do AMOR.
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