quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Ser-se honesto

Nenhum relacionamento pode crescer de verdade se você continuar dando-lhe as costas. Se você permanecer esperto e continuar se guardando e protegendo, apenas as personalidades se conhecem e os centros essenciais permanecem sozinhos.

Então, apenas a sua máscara se relaciona, não você. Sempre que uma coisa dessas acontece, há quatro pessoas no relacionamento, não duas.
Duas pessoas falsas continuam se encontrando, e duas pessoas reais continuam em mundos à parte.

Esse risco existe — se você for sincero, ninguém saberá se esse relacionamento será capaz de entender a verdade, a autenticidade; se esse relacionamento será
forte o suficiente para resistir à tempestade.

Existe um risco e, por causa dele, as pessoas permanecem muito protegidas. Elas dizem coisas que deveriam ser ditas, fazem coisas que deveriam ser feitas; o amor se torna
mais ou menos como um dever.

Mas então a realidade continua faminta e
a essência não é alimentada. Assim a essência vai ficando cada vez mais triste. As mentiras da personalidade são um fardo muito pesado para a essência, para a alma.

O risco é real e não existem garantias quanto a ele; mas vou lhe dizer uma coisa:
vale a pena correr o risco.

No máximo, o relacionamento acaba — no máximo. Mas é melhor ser separado e verdadeiro do que irreal e junto, porque então você nunca estará satisfeito. A bênção nunca virá com o relacionamento. Você vai
continuar faminto e sedento, e continuará se arrastando, só esperando que aconteça um milagre.

Para que o milagre aconteça, você terá de fazer alguma coisa, e isso é:
começar a ser sincero. Com o risco de que talvez o relacionamento não seja forte o suficiente e possa não ser capaz de resistir — a verdade pode ser demais, insuportável — mas então esse relacionamento não vale a pena.

Por isso,
é preciso passar pelo teste.
Osho, em "Intimidade: Como Confiar em Si Mesmo e Nos Outros"

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