Não há tempo. As pessoas não se dão tempo para recuperar, para caírem, e se erguerem com calma. Atropelamos tudo, porque queremos rapidamente preencher um espaço que ficou vazio, depois da última queda. Mas eu penso, será que é essa a maneira correcta?
Enquanto nos atiramos de cabeça, e expomos o corpo à velocidade de uma queda livre, esquecemo-nos que, às vezes, o coração fica para trás, não acompanha a pressa com que vivemos. Ainda não está curado…
E então falhamos mais uma vez. Falhamos porque temos medo da solidão, e corremos a colocar alguém no lugar que ficou vazio. Mas o amor não é como o futebol, não há substituições! Ninguém preenche o vazio deixado por quem foi embora.
Somos nós que temos que nos curar, que nos amar, que nos permitirmos ficar sós, que arrumar memórias, e apagar dos nossos sentidos, o cheiro, o toque, a voz, a presença de quem já foi para nós, mais do que tudo.
Depois, estaremos prontos para renascermos, livres, leves, tal como a borboleta colorida, após permanecer fechada no casulo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário